A maior parte dos trabalhos existentes sobre a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1942-45) jamais prestou o devido reconhecimento ao papel desempenhado por sua Marinha de Guerra no conflito. Consequentemente, muito pouco se sabe sobre as atividades e sacrifícios de seus marinheiros ao longo daqueles anos. Foi indubitavelmente no mar que o país sofreu o maior número de baixas: pelo menos 35 navios e mais de 1.400 vidas.
Deste total, a Marinha de Guerra perdeu três belonaves, além de 486 homens. Este artigo, de caráter revisional e micro-historiográfico, consiste muito menos numa exaltação da instituição naval ou da guerra do que numa leitura crítica de episódios negligenciados da nossa história recente e vivenciados por brasileiros anônimos que se depararam com a morte.
Passados sessenta anos, eleger como objeto de estudo três polêmicos naufrágios sofridos pelo Brasil no maior conflito armado da história significa mais que uma simples análise factual; representa um viés pelo qual é possível melhor compreender as relações a bordo, os perigos, os medos, as tensões, a fadiga mental e física e as limitações materiais de um cotidiano que teve como pano de fundo um contexto internacional marcado por disputas militares, políticas e ideológicas.
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