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Side Scan Sonar – Seu funcionamento

Side Scan Sonar é um sistema de sonar (Sound Navigation and Ranging) para busca e detecção de objetos embaixo d’água, realizando uma varredura lateral através da transmissão de sinais de retorno, também conhecido como pulsos ou eco.

A geração de imagens através da varredura lateral é um método onde se utiliza-se feixes estreitos da energia acústica (som) transmitidos pelo towfish (equipamento responsável pela emissão dos sinais) ao o fundo do mar ou lago. O som é refletido ao se chocar com o fundo desses.

A recepção deste pulso chega até o Side Scan com um dado, onde cálculos matemáticos são realizados por um computador, gerando logo após, as imagens com a topografia do fundo. Conforme a variação topográfica, os sinais interpretados vão sendo descritos em uma tela digital ou em papéis impressos nos modelos mais antigos deste tipo de equipamento.

A escala da imagem é determinada pelo tempo que o towfish leva para receber o pulso refletido do fundo, transmitindo um novo pulso logo após. A imagem é gerada com base nessas variações de tempo entre um pulso e outro, onde os objetos rígidos refletem mais pulsos, gerando uma imagem escura, e os objetos flexíveis, como não refletem pulsos, acabam por gerarem imagens mais claras na tela.

Como este tipo de equipamento trabalha com pulsos, se configura a frequência à ser utilizada conforme a necessidade e tipo do local a ser mapeado, pois algumas frequências trabalham melhor do que outras em determinados casos.

Por exemplo: Altas frequências tais como 500kHz a 1MHz, provém excelente definição de imagem, mas atingem uma distância do barco até o fundo, muito inferior que as frequências mais baixas como 50kHz ou 100kHz, que dão uma definição inferior, mas atingem grandes distâncias.

 

Multi Beam, Dual Frequency e DGPS

Alguns modelos de Side Scan, possuem Multi Beam ou Dual Frequency, ou até mesmo os dois módulos.

Modelos com multibeam, possuem outros feixes laterais para a emissão de pulsos, diferenciando dos modelos mais tradicionais com apenas um emissor. Sendo assim, a embarcação poderá navegar mais rápida sem perder o sinal aguardado pelo Side Scan.

Quando se trabalha com um Side Scan tradicional, há uma limitação quanto à velocidade da embarcação no momento do rastreamento, onde normalmente não se pode ultrapassar os 5 nós ou menos, para assegurar a cobertura a ser feita pelo Side Scan. Modelos com multibeam, a embarcação pode chegar até 15 nós sem perda de pulsos.

Modelos com Dual Frequency, como o próprio nome já diz, trabalham co ma emissão de pulsos em duas frequências diferentes e ao mesmo tempo, aumentando as chances de se encontrar embarcações naufragadas.

Além dos opcionais acima, existem os modelos de Side Scan com o módulo DGPS, que durante a navegação e a geração do mapeamento, dados obtidos através de posicionamento global, vão sendo anexados ao mapeamento, facilitando a interpretação e plotagem dos mapas gerados. Seria parecido com o Laser Scan, porém, atingindo maiores profundidades.

 

Por:
Clecio Mayrink
Editor - Brasil Mergulho

Engenheiro de sistemas nascido no Rio de Janeiro, ingressou no mergulho em apneia em 1983 e autônomo em 1986 pela CMAS, participando da primeira turma da PADI no Rio de Janeiro em 1990. É mergulhador Técnico Trimix, Technical Cave Diver, Advanced Cave Sidemount / No Mount IANTD, possuindo mais de 40 anos de experiência em mergulho, imagens subaquáticas e pesquisador de naufrágios, sendo uma referência no país.

Ex-juiz da AIDA International, foi membro da expedição de mapeamento da caverna na Lagoa Misteriosa em Bonito-MS no ano de 2008, é o idealizador do Brasil Mergulho criado em 1998 (MTB 0081769-SP) e um dos responsáveis pelo tema Mergulho no 1° Atlas dos Esportes do Ministérios dos Esportes no país.

Também atuou na produção de matérias e documentários no Brasil e no exterior, prestando consultoria para mídia em geral, órgãos públicos, entidades militares e internacionais, como a ONU e UNESCO.

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